quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A Seu Respeito - Lucas Chutes

A Seu Respeito é uma canção de Lucas Chutes lançada ontem (28) como segundo single de sua carreira solo. O cantor lembra de tê-la escrito a partir da observação de reações comuns ao contato interpressoal. "Há uma fase de luto em todo contato.E a música tenta ser útil ('sei que é uma intenção bem romântica') no processo de fazer o ouvinte perceber que seu sofrimento é sempre seu, imensurável", reflete Lucas. 

Em seu formato cadenciado, A Seu Respeito é uma canção que convida a uma experiência. "As notas iniciais e a letra que acompanharam apareceram juntas. Daí ele foi se desenhando a partir dos arranjos", explica Lucas. A faixa contou com a produção de Augusto Pereira e Bruno Philippse que contribuíram para o alquímico resultado sonoro. A Seu Respeito foi lançada também como clipe sob a direção e realização de Dhara Luna e Emanuelle Farezin. 

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

O Silêncio - Ayam Ubrais Barco

"O Silêncio" é uma canção de Ayam Ubrais que nasceu primeiro como poema que está no seu livro O Caos Agradecido. "Ela foi escrita a partir da minha investigação em sonhos. Eu regressava a uma aldeia indígena dentro de mim e me encontrava lá. Encontrava o silêncio necessário para ouvir meu coração pela primeira vez", revela o cantor. 

Foi depois de contar essa história para os amigos que Ayam colheu mais um insight onírico: sonhou com a melodia. "Eu acordei e ainda pelejei por uns dias pra decifrar como libertar o poema em música", explica. Essa não foi a primeira vez que ele produziu arte a partir das suas investigações do inconsciente. Outras canções e também poemas, pinturas e até relacionamentos vividos partiram dos sonhos. "Eles são o terreno da espiritualidade pra mim. São xamanisticamente concebidos com os 'pés no chão'. Não entendo essas coisas governadas desde a estratosfera ou algum reino invisível", explica Ayam. 


Como música "O Silêncio" saiu no disco ¡Partir O Mar Em Banda! (2016) e também ganhou dimensão audiovisual em clipe dirigido pela dupla Edson Bastos e Henrique Filho. A película amplia o simbolismo da letra e traz como locação um dos maiores depósitos de cacau da região de Ipiaú, na Bahia. Durante as filmagens a equipe chegou a receber visita da polícia e um cesto com aperitivos ofertado por um vizinho.


terça-feira, 21 de novembro de 2017

Se Vestir Despindo - Fábio Haendel

Se Vestir Despindo é uma música do cantador Fábio Haendel. Ele lembra que a composição nasceu no verão de 2008, logo depois de assistir a um documentário sobre moda. "Quando você se veste você se revela: seus gostos, idéias e ideais. Eu quis tratar em música sobre essas diferentes peles que possuímos", explica o compositor. 
A música ganhou sua primeira gravação em arranjo para voz e violão naquele mesmo ano com o lançamento de Dono do Tempo - primeiro trabalho de Fábio. Em 2015, Se Vestir Despindo ganharia uma nova versão com banda para o álbum Nuvens. Neste arranjo definitivo destaque para o piano honky tonk de Estevam Dantas que acompanha a melodia vocal conferindo-lhe o devido tom de liberdade.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Felicidade - Gabriel Moura/ Seu Jorge/ Leandro Fab/ Pretinho da Serrinha

Antes de se tornar um dos grandes sucessos da música brasileira no ano de 2015, a canção "Felicidade" nascia em um quarto de hotel com um destinatário certo para interpretá-la: 
"Eu lembro que estávamos trabalhando na música que apresentaríamos no dia seguinte à Glória Perez - aquela que viria a ser o tema da abertura de Salve Jorge (Alma de Guerreiro). Alguém então lembrou que nessa reunião iríamos encontrar também o Caetano e que ele estava gravando um disco novo. Pintou a ideia de fazermos uma música pra mostrar pra ele, foi a 'Felicidade': daquelas composições que saem rápido, uma frase depois da outra. Quando terminamos nem acreditamos no resultado, foi emocionante", conta o músico Gabriel Moura que assina a faixa junto com Seu Jorge, Pretinho da Serrinha e Leandro Fab.
Na reunião a canção foi então apresentada a Caetano, que, apesar de ter gostado do resultado, decidiu por não gravá-la, pois o repertório e o conceito do seu próximo trabalho (Abraçaço) já se encontravam bem definidos. Ficou então a homenagem que a letra da música faz ao cantor baiano: "felicidade é colar no show do Caetano/cantar Odara até o dia raiar...". 
A primeira gravação de "Felicidade" seria do próprio Gabriel Moura no seu primeiro disco solo Karaokê Tupi (2013).  A faixa se destacou no álbum, mas ganhou dimensão nacional quando recebeu a interpretação de Seu Jorge no disco Músicas para Churrasco II (2015). A versão ficou entre as faixas mais executadas naquele ano, foi parar na trilha sonora da novela Totalmente Demais e até hoje recebe propostas de sincronização em publicidade. 
"É uma música que me remete a um painel de imagens de momentos em que as pessoas podem ser felizes juntas, correndo juntas, fazendo as coisas simples juntas, cozinhando juntas. Então pra mim é muito gratificante receber o retorno daqueles que curtem a canção e a colocam nos seus playlists para curtir os momentos felizes de suas vidas", agradece Gabriel.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Baile de Máscaras - Damm


"Baile de Máscaras" é uma canção de Damm escrita depois de participar da festa de 20 anos da MTV Brasileira. Tudo muito bom, tudo muito bem, só gente bacana reunida e o cantor acabou vivenciando uma experiência em que viu cair o disfarce do mainstream musical brasileiro: um cantor de grande renome do cenário, no auge de sua carreira, batendo boca na festa por nada. "Ela é uma mistura de situações que presenciei nessa festa e de uma reflexão pessoal que fiz a respeito de como a gente enquanto artista fica tentando se formatar para entrar no sistema. Ela fala dessa minha desistência em obter este tipo de reconhecimento. E acaba que antecipa também um pouco do momento que vivo hoje na música, atuando como songwritter, produtor, arranjador", explica Damm. 
                                                                  Festa de 20 anos da MTV Brasil 
"Baile de Máscaras" foi gravada no primeiro álbum solo de Damm que seria lançado pelo selo Som Livre Apresenta, mas que, por conta de uma redução de custos da gravadora, acabou sendo lançado de modo independente. A faixa foi produzida pelo premiado Alberto Vaz e se encaixa no conceito intimista do disco, em que Damm se reinventa artisticamente cantando temas reflexivos depois de sua passagem pelas bandas ZecaCuryDamm e Formidável Família Musical.
Depois de lançar o disco percorrendo o circuito musical independente do interior paulistano, Damm passou três anos no Rio de Janeiro trabalhando no estúdio do tecladista Carlos Trilha (ex-Legião Urbana). De lá acumulou experiência de produção musical para seguir para Londres onde já trama os próximos passos de mais um trabalho solo - ainda não sabe se cantando em inglês ou português.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Perfeição - Legião Urbana

Perfeição é uma canção da Legião Urbana gravada no disco O Descobrimento do Brasil (1993). Mesmo em seu formato inusitado – ausência de refrão e letra longa - ela foi escolhida como música de trabalho para promover o álbum. Em seu livro de memórias o guitarrista Dado Villa-Lobos relata que “Perfeição” foi escrita por Renato como uma espécie de manifesto político sobre os anos 1990. “A ideia era que o arranjo ficasse entre o rock e o rap, e que o Renato mais declamasse os versos do que propriamente cantasse”, escreve Dado.
Os versos faziam referência direta à grande decepção vivida pela sociedade brasileira com o governo Collor. Depois de ir às ruas exigir o fim da ditadura militar, em 1984, a população acabava de se decepcionar pela segunda vez na recém-conquistada democracia. Primeiro com José Sarney que saiu do cargo presidencial sem governabilidade, depois com Collor que renunciou antes de ter o mandato cassado por um processo de impeachment.
Ao final da canção a banda abre uma nova página no arranjo para cantar a esperança – ou o que poderia ter sobrado dela naquele momento: “Venha, meu coração está com pressa/ Quando a esperança está dispersa/ Só a verdade me liberta/ Chega de maldade e ilusão/ Venha, o amor tem sempre a porta aberta/ E vem chegando a primavera/ Nosso futuro recomeça:/ Venha, que o que vem é perfeição.”
“O nosso objetivo era mostrar que, longe dos noticiários, existia um Brasil genuíno, autêntico, composto de pessoas simples e honestas que tocavam a sua vida mesclando esforço, coragem e amor. Essa nossa perspectiva, um tanto romântica, buscou retratar um pouco o cotidiano desses brasileiros anônimos”, escreve Dado.
No estúdio, enquanto a faixa era mixada, a equipe técnica considerou que ela se parecia com “O Bêbado e o Equilibrista” - parceria de Aldir Blanc e João Bosco que se tornou um clássico da música popular brasileira. Mesmo sem concordar com as semelhanças, mas já se precavendo de possíveis acusações de plágio, o grupo resolveu creditar a música também a Aldir Blanc e João Bosco.“Perfeição” também ganhou um videoclipe dirigido pelo fótografo Flávio Colker. Na película os integrantes da banda aparecem em uma fazenda próximo a Niterói em um passeio bucólico.


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Sons - Taro

Sons é uma composição da banda Taro com letra de Gabriel Tupy O guitarrista do grupo lembra que o nascimento da canção foi para ele uma experiência libertadora. "Estava em casa tocando a música e, viajando com a melodia, percebi que as notas e os sons emitidos pareciam transcender a matéria - quase como o divino. Foi aí que escrevi me colocando no lugar dos sons e isso me fez me sentir muito maior do que esperava", reflete Gabriel.
Sons é o primeiro single da banda que é formada por jovens conquistenses - o mais moço deles tem 17 anos. A faixa, lançada na semana passada, leva adiante a experiência terapêutica vivida por Gabriel e convida o ouvinte a mergulhar em uma atmosfera rica em texturas, dialogando com a linguagem em voga de ícones do rock psicodélico/experimental. A produção é assinada pelo experiente Daniel Drummond e marca uma estreia colorida na vida da Taro.